Sem fronteiras
Quando nasci, me separei,
Chorei, me assustei,
Senti a dor da separação.
Eu que estava em um ninho
De bem aventurança,
Envolvido na bonança.
A luz me cegou,
O frio me amedrontou,
O ar incendiou meu peito.
Então o novo mundo veio,
Encontrei um seio,
Que me nutriu.
Aquela separação brusca,
A sensação de expulsão,
Começou a se dissipar.
Cresci, conheci um mundo separado.
Aprendi assim.
E assim me individuei.
Mas a magia da unidade,
Reconheci novamente,
E a historia foi assim:
Entrei em uma roda,
Dei as mãos,
A música tocou.
O som me embalou,
E disparou,
Aquilo que eu já sabia.
É a dança,
Milagrosa e curadora,
Detentora da magia da religação.
Aquela que afirma,
Que eu sou você, e você é eu,
E o que nos separa é ….
Mera ilusão.
Por isso te espero,
Vem comigo.
Dançar e afirmar,
A inspiração divina,
Da dança que nos aproxima.
Pois mesmo que nos pareçamos,
Ilhas em um grande oceano,
Estamos ligados profundamente,
Pelo ar, pelo movimento.
Pela musica, pela dança,
Que afirma.
Não há fronteiras.
De autoria de Wilson Leipnitz, focalizador de Danças Circulares Sagradas desde 1999.